Lebron James quebra recordes enquanto tenta salvar o Lakers

Capa da revista Sports Ilustraded de fevereiro de 2002 anunciando a chegada de Lebron James a NBA

Faltavam dez segundos para acabar o terceiro período do jogo entre Oklahoma City Thunder e Los Angeles Lakers, no dia 07 de fevereiro, quando  Lebron James se tornou o maior pontuador da história da NBA. Do topo do garrafão, com o movimento técnico chamado de “fadeaway”,  ele arremessou e marcou dois pontos chegando a marca de 38.388 anotados na carreira, quebrando o recorde que pertencia a lenda do esporte Kareem Abdul Jabbar.

Em 20 temporadas disputadas, Lebron se tornou o único jogador na história da liga norte-americana a marcar pelo menos 35 mil pontos, pegar nove mil rebotes e dar nove mil assistências na carreira. O cara faz tudo tão bem que o jornal New York Times fez recentemente um apanhado das diversas maneiras que ele consegue pontuar, e a conclusão que chegaram é que “King James” é uma ameaça em todos os pontos da quadra, não importa quantos anos ele tenha.    

Contudo, mesmo diante da história, um dos temas que o público que acompanha basquete mais gosta é a comparação sobre quem foi o melhor de todos os tempos entre Lebron e Michael Jordan. Os argumentos contra James são “títulos valem mais do que números”, mesmo que ele faça tudo dentro de quadra foram apenas quatro troféus até agora, contra seis de Jordan. O que argumenta em defesa do jogador dos Lakers é o fato de ele ainda ser dono da liga e garantia de entretenimento.

A prova esta no fato de ser capitão e escolher o próprio time no All Star Game, e, principalmente, aos 38 anos ele ainda remar em alto nível contra o ditado de que por mais que marque pontos, pegue rebotes e dê assistências, uma andorinha só em um esporte coletivo não consegue fazer verão. Para quem duvida, basta acompanhar a atual temporada e ver o maior pontuador da história tentar salvar de um vexame uma das franquias mais tradicionais da NBA.

A saga dos Lakers

Los Angeles Lakers virram a partida contra o Dallas Mavericks depois de esatrem perdendo por 27 pontos, mas Lebron James saiu machucado

As últimas temporadas foram desafiadoras para Lebron dentro de  quadra. Mesmo jogando o fino da bola,  o Los Angeles Lakers não conseguem vencer e amargam duas temporadas frustrantes desde que conquistaram o campeonato em 2020. No jogo que James quebrou o recorde de pontos, o Lakers perdeu, e com a derrota cresceu a possibilidade do time ficar de fora dos playoffs pelo segundo ano consecutivo.   

Para evitar essa tragédia, a direção reformulou a equipe no último dia do período de trocas (09 de fevereiro). Foram embora Russell Westbrook, 28º maior pontuador da história e 3º maior salário da atual temporada da NBA, Patrick Beverley e Thomas Bryant. Chegaram D’Angelo Russell, Malik Beasley, Jarred Vanderbilt, Mo Bamba and Davon Reed – que se somados ao previamente adquirido  Rui Hachimura, completam um time e mais um jogador para o banco de novos jogadores. 

A reformulação mudou o clima do vestiário  para o restante da temporada. Mas com o Lakers na 13ª posição não há como desperdiçar jogos e o tempo para reverter essa situação pode ser curto. Nos primeiros seis jogos depois do jogo das estrelas, o time de Los Angeles venceu três, o que inspirou um pouco de confiança aos torcedores da Califórnia. Mas não teria graça se não houvesse um drama Hollywoodiano.

No dia 26 de fevereiro, na partida contra o Dallas Mavericks, Lebron James machucou o pé direito e ficará pelo menos três semanas fora das quadras. O que significa que a responsabilidade de evitar o vexame recai sobre o time até que o seu melhor jogador retorne. Levar esse time a pós temporada pode ser mais um dos grandes feitos do rei da NBA. E ter uma chance de ganhar de novo é tudo que ele quer para perpetuar o reinado.

Grandeza dentro de quadra

Vídeo do momento em que Lebron James se torna o maior pontuador da história da NBA

Muita coisa aconteceu desde o dia 29 de outubro de 2003 quando Lebron marcou os primeiros dois pontos da carreira. Draftado pelo Cleveland Cavaliers diretamente do High School, o hype estava formado quando o garoto de 17 anos estampou a capa da Sports Ilustrated, uma das principais revistas esportivas dos Estados Unidos, com a manchete “The Chosen One”, o escolhido. 

“Graças a Deus eu não tinha redes sociais; é tudo que eu posso dizer”, respondeu Lebron quando refletiu sobre a chegada na NBA. De alguma forma, mesmo com toda fanfarra, ele conseguiu superar as expectativas impulsionadas pelos fãs que o amam ou amam odiá-lo. O fato é que ninguém estava preparado para um jogador com aquele tamanho, e aquela largura,  que se move rápido como um trem desgovernado em direção a cesta.

Em vinte anos de carreira, Lebron conquistou quatro título por três equipes diferentes, chegou a oito finais consecutivas, ganhou quatro vezes o prêmio de melhor jogador da temporada e foi selecionado para 19 jogos das estrelas. Quebrar o recorde de pontuação era algo inimaginável, e muito achavam que isso nunca mais aconteceria quando depois que Abdul Jabar estabeleceu a marca em 1984, ano do nascimento de James.

Mas a grandeza nos esportes está indelevelmente ligada à passagem do tempo e só por ele pode ser medida. Por nos acostumarmos tanto com a longevidade e o alto rendimento de Lebron, as coisas que ele faz parecem que nem chamam mais atenção, a ponto de nos últimos três anos ninguém duvidar que o recorde acabaria por pertencer a ele. E essa banalização dos feitos esconde a grandeza do jogador mais completo que já pisou em uma quadra de basquete, um vencedor em todas as áreas que atuou.

Long Live the King

Episódio do programa The Shp apresnetando por Lebron james e produzido pela produtora do jogador Uninterrupted

“Ele tem 38 anos!” é uma frase que se tornou quase um clichê para os telespectadores nesta temporada. E o motivo é simples: o esporte nunca viu um atleta como ele,  singular tanto em produção quanto em durabilidade. Lebron é um evento por onde passa há muito tempo, e atualmente apresenta todo seu arsenal para marcar pontos na esperança de tentar salvar o melodramático time dos Lakers.

Em quadra, seu maior objetivo antes de se aposentar é jogar com o filho mais velho, Bronny, que se torna apto a ser selecionado por uma franquia da NBA a partir de 2024. Fora da quadra, o portfólio de James é muito focado no audiovisual com uma produtora de filmes – Sprignhill Company; e um programa na HBO – The Shop. Além de ter feito alguns filmes como Space Jam 2. Lebron também faz párte de um grupo de investidores donos do do Liverpoll FC, um dos times de futebol mais conhecidos do planeta.

A Lebron James Family Foundation ajudou centenas de estudantes na cidade natal de James, Akron, Ohio, e uma escola pública que a fundação ajuda a administrar lá, a I Promise School, se concentra em crianças com dificuldades acadêmicas. A forma como Lebron James gerenciou a carreira é o epitome do que é vencer em todas as áreas: paternidade, família, outros negócios e basquete. 

Suas opiniões são tratadas como notícias com muito mais peso do que as de quase qualquer outro atleta do basquete. O que ele faz fora da quadra é fomentar ainda mais o amor das pessoas pelo esporte. Por último, e não menos importante, no que diz respeito a discussão do quem foi melhor: não que eu me importe, mas o único jogador que obrigou Michael Jordan a fazer alguma coisa para não cair no esquecimento dentro de quadra foi Lebron James. Até porque fora de quadra Jordan já foi superado há muito tempo.

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